A cantora deu uma entrevista à revista Época esclarecendo o "mal entendido" sobre o show "Quem tem medo de Elis Regina".
Ela disse na entrevista que foi convidada pelo Ronaldo Bôscoli (ex-marido de Elis) para fazer esse show, mas que recusou. Mesmo assim foi fortemente criticada pela imprensa. Veja a parte em que fala de Elis na entrevista:
Claudya:
“Paguei uma pena muito grande dentro da música brasileira”
ÉPOCA – Você e a Elis sempre foram apontadas como rivais. Até que ponto isso era verdade?
Claudya – Eu nunca vi a Elis como rival. Vi-a como uma ótima cantora. O que aconteceu foi que o Ronaldo Bôscoli (produtor musical), na década de 60, me chamou para fazer um show chamado “Quem tem medo de Elis Regina”. Fui conversar com ele e disse que não podia fazer esse show. Eu queria fazer um show para divulgar o disco que eu estava lançando. Acho que ele tinha alguma mágoa com a Elis. Nunca entendi qual era o objetivo dele. Mas o fato foi que a Elis ficou sabendo e me convidou para participar do Fino da Bossa, programa que ela apresentava na Record. Ela me questionou no palco. Eu respondi que não tinha medo dela, só admiração, e que havia recusado o convite do Bôscoli. Mesmo assim, eu fui vaiada durante cinco minutos pelo público que estava no Teatro Record. Tive que esperar as vaias pararem para poder cantar. No dia seguinte, a imprensa toda acabou comigo. Nem fizeram questão de esclarecer que o show havia mudado de nome, passou a se chamar “Claudya não se aprende na escola”, título tirado de uma das músicas que estava no disco. Passei por maus pedaços. Foi muito feio o que fizerem comigo. Eu paguei uma pena muito grande dentro da música brasileira. Até hoje não me sinto inserida nela.
ÉPOCA – Mas você acha que a Elis a convidou para o programa apenas para tirar satisfação?
Claudya – Não sei o que passou na cabeça dela. O Fino da Bossa era um dos programas mais assistidos do Brasil e o que aconteceu me prejudicou muito. Eu era uma menina, tinha apenas 17 anos. Estava começando minha carreira. Era arrimo de família e precisava dar assistência a minha família. Eu passei fome. Nunca falei isso antes, mas não vejo mais motivos para esconder. Lembro minha mãe indo à TV Record pedir para o Marcos Lázaro, meu empresário na época, esclarecer tudo, mas ele não fez nada para me ajudar. Até hoje os fãs de Elis têm raiva de mim.
ÉPOCA - O livro Furacão Elis, escrito por Regina Echeverria, lançado em 1985, descreve um briga entre você e a Elis. A autora diz que você teria empurrado a Elis em pleno palco...
Claudya – Isso é mentira! Essa senhora nunca me procurou, nunca conversou comigo para perguntar se isso realmente aconteceu. Eu poderia processá-la...
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI255002-15220,00.html